Uma breve história do modelo de assistência ao parto e nascimento

por | jul 13, 2022 | Parto humanizado

Para entender os porquês do modelo vigente de assistência ao parto e nascimento, é preciso entender como chegamos até aqui para, então, compreender como podemos transformar a cultura do parto no nosso país.

1. Como as mulheres pariam antigamente:

O parto, historicamente, é um evento feminino. Até o século XVII, o parto era considerado essencialmente um assunto de mulheres, acompanhado na intimidade dos lares por parteiras e mulheres do círculo familiar.

2. Por que/quando passaram a parir no hospital?

Aos poucos, com a institucionalização da medicina e a organização do saber acadêmico, acompanhado do desenvolvimento de instrumentos e intervenções como o fórceps, a analgesia e a cesariana, o parto foi migrando para o hospital e o fazer do parto para profissionais da medicina.

3. O que isso causou?

Apesar dessa migração ter proporcionado maior segurança para gestações e partos com riscos elevados e que não tinham acesso à intervenção médica quando ela era necessária, o modelo centrado no hospital e em tecnologias parece ter estagnado em termos de alcance de melhorias na saúde das mulheres e dos bebês saudáveis.Ao tratar todo nascimento como um evento perigoso, urgente, que deveria acontecer dentro de um ambiente asséptico e controlado, foi-se perdendo o conhecimento sobre as necessidades básicas de uma mulher durante o trabalho de parto e de um bebê ao nascimento.O acesso facilitado e seguro às novas tecnologias foi acompanhado também de um “boom” de cesarianas e outras intervenções, da desconexão das mulheres com seus corpos e de uma geração inteira nascida por meio de uma cirurgia.

4. Revisão do modelo

Quando a ciência voltou a olhar para essas práticas, percebeu que mulheres com gestação de risco habitual (sem doenças como pressão alta, diabetes) e bebês sadios não precisam nem de hospital nem de cuidado médico obrigatoriamente, conforme demonstram grandes pesquisas.

Sob essa nova ótica, é possível recuperar a percepção de que o corpo feminino é essencialmente apto e competente para dar à luz; o parto, um evento da intimidade e da sexualidade e o nascimento, um processo natural de transição para a vida extrauterina.

5. Revisão do modelo no Brasil

Construiu-se em nosso país uma cultura em torno do parto que se baseia em medos, mitos e conveniências e que sustenta altas taxas de cesariana. Por isso, muito se fala sobre a necessidade de mudança do modelo brasileiro de atenção ao parto e ao nascimento. Embora frequentemente associada a uma negação da cesariana, ou a um “forçar o parto normal”, a questão passa longe dessa famosa e falsa dicotomia.

O que buscamos é o caminho de reconhecer e implementar o tripé de uma experiência de parto e nascimento segura e positiva:

i. respeito à autonomia e ao protagonismo das mulheres nesse processo;

ii. cuidado prestado por equipe multiprofissional e interdisciplinar, com enfermeiras obstetras e obstetrizes na assistência;

iii. embasamento do cuidado em sólidas e recentes evidências científicas.

Assim, a fisiologia do parto e nascimento é contemplada e é garantida a realização de cesarianas necessárias.

6. A Luz de Candeeiro nessa história

A Luz de Candeeiro nasceu da necessidade premente e do desejo potente de estar ao lado das mulheres, de ser uma mão segura em suas travessias e proporcionar recepções calorosas para serezinhos que estão estreando no lado de cá da vida.

Embrenhar-se em caminhos inéditos – como ser esse modelo de Centro de Parto Normal inovador do Brasil – é um tanto desafiador. A beleza do caminhar e da paisagem fazem tudo valer a pena.

Clique aqui e conheça o nosso modelo de assistência a gestação, ao parto, ao nascimento e ao pós-parto.

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