Muito mais importante do que um enxoval repleto de produtos para o seu bebê, é a busca por informações de qualidade para se preparar para esse processo de gestar, parir e maternar, adquirindo maior autonomia e confiança! Investir em conhecimento de qualidade e em uma boa equipe para te assistir é fundamental a curto, médio e longo prazo.
Compreender a forma mais saudável para o seu bebê nascer é um passo importante em direção a uma experiência de parto respeitosa e segura. Nesse contexto, nós da Luz de Candeeiro EXPERIÊNCIA LUZ DE CANDEEIRO – Luz de Candeeiro estamos aqui para oferecer um ambiente seguro para mulheres, com assistência respeitosa e informações confiáveis sobre gestação, parto e nascimento.
E dentro dessa proposta, queremos falar com vocês sobre o processo de parto. O parto não é uma “bomba-relógio”! E, se a sua bolsa amniótica estoura Minha bolsa rompeu, e agora? – Luz de Candeeiro o bebê não vai nascer de repente. O trabalho de parto acontece em etapas e saber da existência e das características delas pode te preparar para caminhar nesse processo tão intenso e profundo que é parir.
Didaticamente, vamos falar de seis etapas do processo de trabalho de parto, parto e nascimento: pródromos, fase latente, fase ativa, transição, período expulsivo e dequitação da placenta. Algumas mulheres podem passar por todas essas fases, enquanto outras podem vivenciar apenas algumas delas, em diferentes tempos e intensidades.
Pródomos
A partir do termo da gestação (entre 37 e 42 semanas), o seu corpo começa a amadurecer o colo do útero para possibilitar o nascimento. Isso pode resultar em cólicas, que podem ser desconfortáveis, mas não seguem um padrão regular nem são intensas. Se esta for a sua primeira gravidez, é provável que, ao sentir os pródomos, você comece a acreditar que o parto está próximo, mas essa fase pode durar algumas horas ou até semanas. Nem todas as gestantes vivenciam ou percebem os pródromos; algumas entram diretamente na fase latente.
Fase latente
Na fase latente, as contrações começam a se intensificar, embora ainda não sigam um ritmo regular. Nesse período, as contrações têm duração superior a 30 segundos, e os intervalos entre elas geralmente são variáveis e superiores a 5 minutos. Clique aqui para ver uma explicação clara e didática sobre a onda que é uma contração.
Durante essa fase, o colo do útero começa a amolecer e a se encurtar para permitir a passagem do bebê, mas ainda não se espera uma dilatação significativa. Esse é um bom momento para priorizar repouso e alimentar-se adequadamente enquanto aguardo que o ritmo das contrações engrene.
Nessa fase, em gestações de risco habitual, ainda não há demanda de avaliações clínicas nem de ausculta de batimentos cardíacos do bebê. Logo, normalmente é possível, e até recomendável, vivenciá-la em casa.
Fase ativa
A fase ativa do trabalho de parto é quando as contrações se tornam mais frequentes, com ritmo e intervalos regulares, e dolorosas. Nesse momento, é bem provável que você naturalmente sinta vontade de se movimentar, pois os movimentos livres auxiliam na descida do bebê pela pelve e a atravessar as sensações dolorosas, encontrando posições de conforto. O caminho para um parto fisiológico e respeitoso envolve a liberdade de posição durante o trabalho de parto.
Nessa fase, espera-se uma mudança no seu comportamento: a maioria das mulheres ficam mais introspectivas e falam menos. Isso ocorre porque, para que o trabalho de parto progrida, é necessário que o córtex cerebral (parte do cérebro responsável pelo intelecto) reduza seu funcionamento. Como diz Michel Odent: “Uma mulher em trabalho de parto precisa, antes de tudo, ser protegida de qualquer estímulo ao córtex cerebral. (…) A linguagem é um desses estímulos, e seu processamento ocorre no córtex cerebral. Se adotarmos uma perspectiva fisiológica, reconheceremos a necessidade de cautela ao usar a linguagem durante o trabalho de parto e redescobriremos o silêncio.” ¹
Nesse momento, as contrações são regulares e têm em média 45 segundos de duração, com intervalos menores que 5 minutos.
Durante essa fase, ocorre a dilatação efetiva do colo do útero e a descida do bebê pela pelve. É um momento em que medidas de alívio da dor, como massagens, mudança de posição, banho de chuveiro ou banheira e aromaterapia, são muito bem-vindas. Caso você não esteja em um contexto de parto domiciliar, essa é a fase ideal para buscar internação em uma Casa de Parto ou hospital, pois é um momento que requer monitoramento e assistência da equipe. Nessa fase, também existe maior chance de rompimento da bolsa amniótica.
Transição
A transição é o período entre o final da dilatação completa e o início do período expulsivo. É um momento de grande intensidade no trabalho de parto, com contrações prolongadas e intervalos curtos entre elas. Durante a transição, o bebê está saindo da pelve, deixando o útero e chegando ao canal vaginal. É muito comum que as mulheres sintam medo nesse momento e expressem desejo de desistir ou duvidem de sua capacidade. Esse sentimento tem uma explicação fisiológica: há um aumento da produção de adrenalina durante essa transição.
Período expulsivo
O período expulsivo é quando a dilatação está completa (10 cm), a mulher começa a ter puxos espontâneos (vontade de empurrar) e o bebê está prestes a nascer. É a reta final do trabalho de parto, um período desafiador para as mulheres, mas que indica que o bebê está próximo. Nesse momento, você começará a sentir a pressão que o bebê exerce ao passar pelo canal vaginal, gerando o desejo fisiológico de empurrá-lo. É importante que você se conecte com seus instintos nesse momento e faça força apenas quando sentir vontade, pois quando o nascimento do bebê ocorre de maneira fisiológica e gradual, há menor possibilidade de lacerações perineais. Você deve buscar a posição mais confortável para o nascimento do bebê.
Quando o bebê atinge o períneo e a vulva, tem-se a sensação do “círculo de fogo”, como uma queimação que ocorre devido à distensão dos tecidos pela cabeça fetal. É mais uma sensação que precisar ser atravessada e que pode auxiliar a ter consciência do que está acontecendo em seu corpo, bem como contribuir para modular a intensidade da força dos puxos.
Dequitação
A dequitação, também conhecida como saída da placenta, ocorre geralmente entre 30 e 60 minutos após o nascimento do bebê e é acompanhada por contrações uterinas que, apesar de poderem trazer desconforto, tem intensidade bem menor que as contrações do trabalho de parto. Com a dequitação, tem-se início um período importantíssimo de avaliação da mulher e a equipe precisa estar preparada para garantir que o sangramento esteja fisiológico, que o útero esteja contraído, bem como atuar prontamente para resolver qualquer desvio da normalidade.
Nessa fase, idealmente, você estará com sua cria quentinha no colo, pele a pele, sentindo o cheirinho mais gostoso do mundo, já em vias de iniciar a amamentação.
Lembre que cada mulher e cada parto são únicos, portanto, é importante buscar informações e orientações adequadas para entender e vivenciar esse processo com segurança e confiança.
Temos um vídeo onde a enfermeira Marília explica de forma clara como funciona as fazes do trabalho de parto, é só clicar aqui para aprender um pouco mais.
A proridade hoje é mamiferizar o parto – por Michel Odent — Instituto Michel Odent
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