Dengue e Gestação

por | fev 26, 2024 | Gestação

ALERTA EPIDEMOLÓGICO

No dia 16 de fevereiro, a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) emitiu alerta epidemiológico devido ao aumento exponencial dos casos notificados de dengue em vários países da Região das Américas. Até 19 de fevereiro de 2024, foram notificados 1.399 casos de dengue com sinais de alarme em pessoas residentes do DF, o que equivale a um acréscimo de 1.765,3% em relação ao mesmo período de 2023.

A dengue é uma doença viral (vírus DENV), transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti e pode apresentar um amplo espectro clínico. O vírus da dengue apresenta quatro sorotipos, o que significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles. Ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes.

O mosquito Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos e pode ser encontrado em áreas urbanas, necessitando de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias. A maioria dos casos é assintomática ou evolui com sintomas leves, mas a dengue se caracteriza por ser uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, que pode evoluir para quadros graves. Apesar da maioria dos casos ser de fácil manejo clínico, se o diagnóstico e as condutas não forem precoces e precisos, os quadros graves podem evoluir para óbito.

DENGUE EM GESTANTES

A dengue é mais grave em gestantes quando comparada a grupos semelhantes de mulheres não grávidas, estando associada a maior mortalidade materna, fetal e neonatal. Uma pesquisa avaliou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, coletados entre 2016 e 2019, investigando como a dengue se correlacionou com a gravidez em casos de mulheres infectadas pela doença no Paraná. O risco de hospitalizações e de desenvolver dengue grave mostrou-se maior em grávidas do que em não grávidas (respectivamente, 2,93 e 5,4 vezes).

O estudo sugere que as mudanças anatômicas e fisiológicas da gravidez influenciam no desenvolvimento da dengue de uma forma que ainda não está clara. A gravidez causa diversas alterações cardiovasculares e pode confundir o diagnóstico clínico correto da dengue, assim como a avaliação da sua gravidade.

SINTOMAS

Os primeiros sintomas, geralmente, não são específicos e surgem cerca de três dias após a picada do mosquito. A pessoa infectada costuma apresentar quadro agudo febril com duração de até 7 dias, acompanhada de dois dos sintomas descritos a seguir: cefaleia, dor retro-orbital, mialgia, artralgias, prostração, exantema e hemorragias.

No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem ter sérias consequências. As gestantes devem ser tratadas de acordo com o quadro clínico da dengue e necessitam de vigilância, independentemente da gravidade, mas em ritmos de avaliação próprios a cada fase.

EXAMES PARA OBTER DIAGNÓSTICO:

  • Pesquisa de antígeno NS1: a pesquisa do antígeno costuma ser positiva entre o 1º e 3º dia de doença febril.
  • Biologia molecular: o diagnóstico de dengue poderá ser realizado pela identificação do vírus por RT-PCR a partir do 1º dia até o 4º ou 5º dia do início da febre.
  • Sorologia: para detecção de anticorpos IgM a partir do 6º dia do início da febre/sinais ou sintomas.

Para evitar a contração da doença, existem algumas medidas importantes que podem ser tomadas:

  • Verificação diária de possíveis locais com água parada em sua residência.
  • Instalação de telas para evitar a entrada do mosquito no ambiente domiciliar.
  • Utilização de repelentes à base de icaridina conforme recomendado na bula.

Para obter mais informações, acesse os endereços abaixo:

Referências bibliográficas:
Encontro com especialistas.Dengue e Gestação Fiocruz. Portal de Boas Práticas. Youtube – 07/02/24.

DENGUE E GRAVIDEZ – SOGESP – Dengue e gravidez – Informações importantes 15/2/2024: 

Alerta Epidemiológico – Aumento de casos de dengue na Região das Américas – 16 de fevereiro de 2024

Dengue: Secretaria de Saúde confirma 38 mortes pela doença no DF, Metrópoles 20/2/2024. 

Gestantes têm 5,4 vezes mais risco de desenvolver dengue grave. Ciência, Universidade Federal do Paraná, 2023. https://ciencia.ufpr.br/portal/gestantes-tem-54-vezes-mais-risco-de-desenvolver-dengue-grave/

Clinical outcomes of dengue virus infection in pregnant and non-pregnant women of reproductive age: a retrospective cohort study from 2016 to 2019 in Paraná, Brazil – BMC Infectious Diseases

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