Mitos que podem atrapalhar a sua amamentação

por | maio 23, 2023 | Sem categoria

Por mais que as indústrias se esforcem para produzir fórmulas infantis que substituam o leite materno, não existe nada igual ou parecido, que seja tão adequado ao consumo dos bebês. Para além dos nutrientes essenciais básicos como carboidratos, proteínas e gorduras, bem como a água para manter o bebê hidratado, o leite materno é constituído de milhões de células vivas, fatores de crescimento que auxiliam no desenvolvimento saudável, hormônios, vitaminas, minerais e muito mais!

E o mais incrível é que esse leite é um alimento vivo, portanto os níveis desses componentes podem variar ao longo do tempo, dependendo das necessidades que o bebê apresenta. Todos esses compostos do leite materno associados a anticorpos atuarão estimulando a imunidade do lactente. Além disso, existem outros benefícios comprovados em amamentar o bebê, como a redução dos riscos de sobrepeso, obesidade e diabetes na infância, redução de alergias e infecções respiratórias, construção de um microbioma intestinal saudável e o favorecimento do desenvolvimento neuromotor e cognitivo, contribuindo para sua intelectualidade futura.

Mas, apesar da ciência já ter todas essas evidências acerca do aleitamento, a amamentação não é necessariamente um caminho fácil e ainda existem muitas pessoas e até profissionais que não reconhecem o valor da amamentação e não a apoiam de forma adequada.

Então, no sentido de auxiliar as mulheres para que elas possam ter sucesso em sua amamentação, garantindo tantos benefícios para seus filhos, resolvemos escrever este texto para desmistificar algumas informações sobre amamentação:

1. Amamentação é ou não é institiva?

O aleitamento materno vai além de um simples instinto da mãe! Claro que querer alimentar o seu bebê é instintivo, mas a técnica de oferecer o peito é um processo educativo que deve ser aprendido. A produção do leite materno depende do esvaziamento da mama, por isso é fundamental que o bebê esteja bem posicionado e faça uma pega adequada para conseguir extrair efetivamente o leite do peito durante a sucção. Assim como a mãe precisa aprender a amamentar, também o bebê, aos poucos, vai aprendendo a mamar.

Além disso, a forma que a mulher vai conduzir a amamentação é um processo sociocultural, permeado pelas crenças e costumes da época, pelas propagandas, pela (falta de) proteção da maternidade… tudo isso vai muito além do simples desejo ou empenho da mulher em amamentar. Por isso, para além de trazer informações sobre amamentação no pré-natal, é necessário engajar a rede de apoio da mulher, no sentido de envolver toda a família para garantir o sucesso da amamentação.

2. Existe leite fraco?

“Nossa, seu bebê está tão magrinho… seu leite deve ser fraco…” é uma frase comum, mas que não passa de um mito envolvendo a amamentação. Não existe isso de que o leite materno é fraco. Como mencionado no início do texto, o leite materno é o alimento mais completo para os bebês, com uma composição que inclui anticorpos, nutrientes, agentes anti-inflamatórios, gorduras e proteínas. Muitas vezes, o ganho insuficiente de peso está relacionado a uma maneira inadequada do bebê mamar. O diagnóstico de problemas relacionados à amamentação deve ser feito com calma e observação por profissionais especializados. Além disso, é comum dizerem que o leite materno vai ficando mais fraco com o passar do tempo, mas o corpo da mulher é capaz de produzir leite de alta qualidade por meses, até anos!

3. Chupeta e amamentação

Sempre tem alguém que diz: “Eu dei chupeta e meus filhos estão ótimos até hoje.” Entretanto, existem artigos científicos, como este (inserir link), que mostram a relação entre o uso de chupetas e a interrupção precoce da amamentação. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), juntamente com a OMS, desenvolveu a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) para promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. Uma das orientações dessa iniciativa é evitar o uso de chupeta em lactentes que amamentam ao seio. A confusão de bicos causada pela sucção do bico da chupeta e do mamilo, antes do estabelecimento da amamentação, faz com que o lactente não reconheça e não realize corretamente a pega da mama da mãe. Isso pode levar à diminuição da produção de leite, reduzindo o número de mamadas e, consequentemente, desencadeando o desmame total ou parcial. Mesmo após o estabelecimento do aleitamento, a oferta de bicos artificiais segue sendo um fator de risco para o desmame, seja por confusão de bicos ou de fluxo – então, informe-se bem para tomar decisões conscientes e coerentes com o que deseja.

4. Livre demanda X intervalos fixos entre as mamadas

A Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde (MS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam o aleitamento materno exclusivo por livre demanda, ou seja, sem restrições de horários ou tempo de permanência no seio, durante os primeiros seis meses de vida do bebê. Após esse período, quando o bebê já desenvolveu os reflexos necessários para a deglutição e é introduzida a alimentação complementar, a mulher pode ajustar o ritmo das mamadas de acordo com a dinâmica de vida dela, evitando intervenções abruptas.

5. Volta ao trabalho e oferta fórmula infantil

Não é obrigatório dar fórmula infantil apenas porque você voltou ao trabalho. Com um bom planejamento e comunicação, é possível continuar oferecendo o leite materno ao seu bebê. Se você estiver amamentando, pode praticar a extração do leite e alimentar o bebê com colher dosadora ou copo algumas semanas antes de retornar ao trabalho, para que ambos se acostumem com essa forma de alimentação. É importante descobrir qual é a melhor opção de extração de leite para você, seja um extrator elétrico, manual ou mesmo a extração à mão. Embora demande conhecimento e organização, é totalmente possível conciliar trabalho e amamentação.

6. Amamentação durante a gravidez

A gestação não é uma contraindicação para a amamentação. A mulher gestante pode continuar amamentando se assim desejar e se a gravidez for de risco habitual. Naturalmente, é necessário aumentar o aporte calórico durante esse período. O desmame pode ocorrer devido ao aumento da sensibilidade dos mamilos, alterações hormonais da gestação que podem causar fadiga e sonolência, entre outros fatores. No entanto, a mulher deve ser livre para escolher o caminho que deseja seguir, sabendo que amamentar não oferece riscos ao bebê em desenvolvimento.

Conclusão:

O leite materno é o alimento natural para os bebês, perfeitamente adaptado ao seu metabolismo, e fornece todos os nutrientes para que tenham um crescimento ótimo. A maioria das mães é capaz de nutrir seus filhos por meio da amamentação; as que apresentarem dificuldades podem e devem procurar ajuda e apoio especializado para superar os desafios. Informe-se e envolva sua família nesse processo. Proteja e valorize a sua amamentação!

Referências:

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutricao_aleitamento_alimentacao.pdf

NCBI – WWW Error Blocked Diagnostic

WhatsApp

Eu gostaria de conhecer a luz!

(61) 9557-0866