Quando se fala em gestação, crescimento do bebê e parto, muitas vezes se deixa de mencionar a importância da placenta nesse processo! Você já se perguntou sobre ela? Esse órgão que se forma para nutrir o bebê e conectá-lo à sua mãe é imprescindível para o sucesso da gravidez e guarda muitos mistérios que a ciência ainda não desvendou!
O que é a placenta?
Durante os nove meses de sua existência intrauterina, o feto humano depende totalmente da placenta, um órgão extracorpóreo transitório que faz a comunicação com a mãe para sustentá-lo e protegê-lo.
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Como é formada e quais são suas características?
A placenta é formada a partir do zigoto no início de cada gravidez e, portanto, tem a mesma composição genética do feto! Você sabia disso?
Quando madura, a placenta possui um diâmetro médio de 22 cm, uma espessura central de 2,5 cm e um peso aproximado de 500 g.
Qual é o papel da placenta durante a gestação?
A principal função da placenta é realizar a comunicação entre o corpo da mãe e o feto, facilitando o fornecimento de nutrientes e oxigênio para proteger e sustentar a gravidez. Podemos dizer que a placenta tem algumas funções básicas:
Respiratória
A placenta transporta oxigênio do sangue da gestante para o feto e dióxido de carbono do feto para a gestante.
Nutricional
Transfere ao feto os nutrientes necessários para ele crescer e se desenvolver. O crescimento fetal só pode ocorrer com a entrega satisfatória de nutrientes e oxigênio pela placenta. Há evidências claras de que a placenta não é apenas um canal passivo da mãe para o feto, mas é capaz de responder aos sinais de suprimento provenientes da mãe e aos sinais de demanda que emanam do feto.
O papel da placenta na modulação hormonal
A placenta é um importante órgão endócrino, e seus hormônios têm diversos efeitos profundos na fisiologia e no comportamento materno. Durante o início da gravidez, eles impulsionam um aumento no consumo de alimentos e no armazenamento de energia, enquanto no final da gestação, eles mobilizam essas reservas para apoiar o crescimento fetal e a preparação para a lactação. Assim, os hormônios placentários modulam o metabolismo materno para aumentar as concentrações de glicose no sangue materno e maximizar a transferência para o feto. Tanto a progesterona quanto o lactogênio placentário produzidos pela placenta são hormônios estimulantes do apetite, e a ingestão alimentar materna aumenta no final do primeiro trimestre, quando as demandas metabólicas do concepto ainda são relativamente baixas. O resultado é o aumento da deposição de reservas de gordura que regulam o balanço energético entre mãe e feto. Alterações induzidas pela placenta no fluxo sanguíneo materno, no apetite e no metabolismo garantem, assim, um suprimento abundante de nutrientes para a placenta.
A placenta como uma barreira seletiva
O feto requer seu próprio microambiente, com alguma proteção contra, por exemplo, hormônios do estresse e poluentes ambientais, para que o seu desenvolvimento não seja comprometido. A placenta funciona como uma barreira inteligente, conseguindo fazer uma boa seleção do que passa ou não para o feto. Inclusive permite a passagem de anticorpos da mãe para o feto e gera imunidade para determinadas doenças infecciosas nos primeiros 6 meses de vida do bebê for ado útero.
Alterações na placenta
Como acontece com todos os órgãos, a placenta também está suscetível a passar por alguns problemas. E já que ela tem como função essencial sustentar o bebê durante a gestação, é preciso prestar atenção a qualquer possível complicação com este órgão.
Há algumas complicações placentárias que se originam por causa de doenças crônicas, como a diabetes, a hipertensão ou trombofilias. Por outro lado, alguns problemas surgem em decorrência de doenças específicas da gravidez, como a pré-eclâmpsia (a pressão alta gestacional) e a diabetes gestacional.
Para diminuir a chance de desenvolver essas enfermidades que afetam a placenta, alguns cuidados básicos podem e devem ser tomados: boa alimentação, prática de exercícios físicos leves e adequados à gestação, não utilizar cigarro, álcool e outras drogas, e claro, fazer um bom acompanhamento pré-natal.
Normalmente, a placenta se fixa na parte superior ou lateral do útero. Em alguns casos, a placenta se desenvolve no local errado ou se fixa muito profundamente na parede uterina.
Placenta prévia:
A placenta prévia ocorre quando a placenta cobre parte ou todo o colo do útero. No início da gravidez, a placenta prévia geralmente não é um problema; no entanto, pode causar sangramento grave e outras complicações mais tarde na gravidez. À medida que o útero cresce, a distância entre o colo do útero e a placenta pode aumentar.
Quanto mais a placenta cobrir o colo do útero e quanto mais tarde na gravidez ela permanecer sobre o colo do útero, menos provável será a resolução. Se a placenta prévia não se resolver, será necessário realizar uma cesariana para o nascimento do bebê.
Placenta acreta:
A placenta acreta ocorre quando a placenta se fixa muito profundamente na parede uterina, mas não penetra no músculo uterino. As complicações mais graves ocorrem durante o parto. Em gestações sem anormalidades placentárias, a placenta geralmente se desprende da parede uterina imediatamente após o nascimento. Com a placenta acreta, parte ou toda a placenta permanece presa, o que pode causar perda grave de sangue após o parto.
A causa específica da placenta acreta é desconhecida, mas muitas vezes está associada a uma placenta prévia e a cesarianas anteriores. Uma cesárea aumenta a possibilidade de uma futura placenta acreta, e quanto mais cesáreas, maior é o risco. Uma história de múltiplas cesarianas anteriores é encontrada em mais de 60% dos casos de placenta acreta. Idade materna avançada e cirurgia uterina prévia são outros fatores de risco. A placenta acreta muitas vezes não causa sinais ou sintomas durante a gravidez, embora possa ocorrer sangramento vaginal durante o terceiro trimestre. Esse quadro pode ser detectado ao exame de ultrassom.
Insuficiência placentária
As doenças já citadas (hipertensão, diabetes, trombofilias, entre outras) podem prejudicar o bom funcionamento da placenta, levando a um desenvolvimento fetal insatisfatório e a possíveis complicações para quem gesta.
O que posso fazer para reduzir meu risco de problemas placentários?
Embora boa parte dos problemas placentários não possa ser evitada diretamente, adotar uma estilo de vida saudável e escolher uma equipe de cuidados pré-natais qualificada pode ajudar a construir conhecimentos e a identificar oportunamente desvios da normalidade, aumentando as chances de compensação de doenças e de bons desfechos para mulheres e seus bebês.
A Luz de Candeeiro é uma Casa de Parto localizada em Brasília-DF, que oferece tudo o que você precisa para uma gestação segura, incluindo assistência integral, parto humanizado e cuidado pós-parto que respeita a singularidade de cada mulher e família. Entre em contato caso tenha alguma dúvida sobre nossos atendimentos.
Types of Placental Disorders | BIDMC of Boston