Mês de Maio, enfim chegou! Dia primeiro, Lua Crescente, numa segunda-feira de céu azul, nasceu Mia.
No mês de Maria, que irradia seu chamar e confirma seu nome. Assim como seu nome foi um presente, o seu nascimento também.
Para falar do seu nascimento, é necessário contar um pouco da jornada que vivemos na gravidez.
Iniciei a segunda gestação, vivendo de forma diferente da primeira!
Na primeira gestação, busquei ser saudável e o plano de parto era para ser na CPN, mas Deus tinha planos diferentes, e com 32 semanas, por causa de uma DMG tardia, tive que mudar o local de parto – iniciei o trabalho de parto na Luz (Quarto Paineira) e conclui no hospital. Com sucesso! Partaço! Honro e me alegro em lembrar! E após o nascimento do meu primogênito Érico, tive a certeza que queria gestar e parir mais filhos e com a rotina do maternar esse querer só cresceu! Gestar minha segunda cria já sendo mãe de um bebê, foi dinâmico. Às vezes não via muito tempo de ficar no “status gestante”, pensando e percebendo as sensações da mudança do corpo. Enquanto a barriga não aparecia eu às vezes nem percebia que estava grávida, porque enquanto produzia um bebê dentro da barriga, cuidava de outro que estava fora.
Com o aprendizado que tive na primeira gestação, onde era muito “preocupada” e acelerada, nesta quis poder estar menos controladora e mais calma. Busquei continuar atenta aos meus hábitos de vida, desde a hora que eu dormia, o que eu comia, quanto de exercício eu fazia e quais pensamentos alimentava… Graças ao meu companheiro Vitor Mesquita pude maternar e gestar em tempo integral sem precisar ficar muito ocupada com o lado profissional. Isso poupou stress e me ajudou priorizar a qualidade da minha vida e da minha família.
Quis fazer tudo certinho, para não cair na estatística (de quem teve DMG anterior, seria propensa a ter novamente) o meu foco foi estar saudável sem nenhuma intercorrência na gestação, ter um parto normal, saudável na CPN para voltar logo pra casa e ter minha família toda junta no ninho.
Me muni de excelentes profissionais e conhecimento para conseguir alcançar minha meta: ter uma gestação saudável do início ao parto.
Tive acompanhamento físico do Marcelo Prata MPTEAM no treinamento físico, da Academia Dstak na maravilhosa natação que aliviou o peso do barrigão, Fisioterapia Pélvica desde o primeiro trimestre, pois já tinha diástase da gestação anterior, acompanhamento nutricional com a Nutri Narayanna e homeopatia unicista com o Dr Édison Saraiva, e o cuidado integral do pré-natal e obstetrícia da equipe (amigos) da Luz de Candeeiro.
E quero ser grata a todos por todo carinho e atenção comigo! Consegui uma gestação sem intercorrências, graças ao auxílio de vocês! Um corpo que funcionou super bem e um bebê que crescia saudável também poreeem mostrava uma bebezona a caminho. Isso acendia um sinal amarelo, mas graças ao olhar atento dos profissionais, concluímos que estava tudo bem.
Dia 01 de maio
Uma manhã tranquila de segunda-feira, de céu azul sem nuvens, dia lindo, fui deitar para uma soneca, para uma grávida dormir é sempre bom! Dormi ao som de Ave Maria Op.52 de Franz Schubert, trilha sonora desse dia. E às 9h, acordo com desconforto, me ajeito e escuto minha bolsa estourar, um som de “Ploc” abafado, como não senti nada de dor e líquido na cama, voltei a dormir, pois estava com muito sono.
Acordei 9h20 com o Vitor chegando em casa com Érico após a pedalada matinal. Comentei que a bolsa estourou, de um jeito muito calmo que soa até estranho vindo de mim, rsrs Vitor vibrou alegre, e falou “levanta mulhê, bora!” . Quando levantei da cama senti o líquido sair, mas as cólicas com contrações leves vieram mesmo às 10h quando estava na casa dos meus sogros, deixando Érico, pois já iríamos para Luz de candeeiro, porque, normalmente, o segundo parto pode evoluir rapidamente. (E foi assim!)
No caminho da CPN, o dia estava ensolarado com as paineiras floridas.
Me emocionei escutando a música Canto da Gente de Letícia Aranha, quando fala “menino me dá licença que eu tô chegando com a luz do sol, senhora me dá licença que eu tô chegando para dançar forró…” Sonhava com o parto de dia, com a luz do Sol, e de fato parecia acontecer assim.
Almoçamos uma pizza na Dom Bosco, afinal estava disciplinada com alimentação na gestação, e neste dia, me dei a liberação poética de comer um junk food. E neste momento já sentia contrações, com espaçamento de 10 minutos, fase latente.
Ao chegar ao CPN, fomos para o quarto paineira. Fiquei emocionada por isso, pois não era apenas um quarto onde iria parir, e sim o sentimento de renovação, onde foi o quarto que comecei o trabalho de parto do meu primogênito, um momento que iria reviver por completo, pois poderia parir ali mesmo.
Era por volta das 11h30 quando chegamos, Vitor aproveitou o momento de contrações espaçadas e calmaria, para tocar uma viola! Sorte a minha ter um violeiro particular. Mas, esse espaço de tempo de “mar calmo” durou pouco. Perguntei a Iara, o que eu poderia fazer para engrenar nas contrações e começar a trabalhar rsrs queria entrar em trabalho de parto ativo, e ela sabiamente diz “vamos esperar” isso era 12:20.
Às 12:40 fiquei com uma vontade imensa de ir ao banheiro fazer número 2. Fui, e quase fiquei por lá. As contrações fortíssimas chegaram, como num mar de ondas fortes, estas duravam e voltavam em pouco tempo, senti que já tinha iniciado o TP ativo. Movimentação livre, bola, tecido, banqueta, banheira, eu me senti de fato uma usina soltando bola de fogo, muito calor, dor, vocalização, vômito e choro emocionado de alegria.
Direito a toda essa expressão no parto com todo o respeito que uma mulher merece, eu posso dizer que tive, ao lado de pessoas incríveis. Num rápido trabalho de parto ativo de duração de 2h28.
Às 14h28 sentada na banqueta (posição que me fazia medo de laceração) num expulsivo de 7 minutos que espontaneamente tocou na hora Isn’t she Lovely de Stevie Wonder, nasceu Mia, amparada pelas mãos da Parteira e amiga Giovanna, que estava presente no parto do Érico (Já é da família rsrs ) e do meu amado Vitor (fiquei muito surpresa e emocionada com isso!)
Às 14h28 sentada na banqueta (posição que me fazia medo de laceração) num expulsivo de 7 minutos que espontaneamente tocou na hora Isn’t she Lovely de Stevie Wonder, nasceu Mia, amparada pelas mãos da Parteira e amiga Giovanna, que estava presente no parto do Érico (Já é da família rsrs ) e do meu amado Vitor (fiquei muito surpresa e emocionada com isso!)
Um parto fluido, intenso, saudável sem analgesia e com o períneo íntegro, sem laceração, na casa de parto com pessoas de minha confiança, do jeito que eu pedi a Deus e a Nossa Senhora, sou grata por eles me concederem esse direito e essa experiência incrível. Estava no céu, com aquela neném gordinha, cheia de vérnix, pesando 4225 kg e medindo 52 cm! Curti cada segundo da minha hora de ouro, vibrando alegria pelo nascimento de Mia.
Após o rápido nascimento, veio a dequitação da Placenta (nascimento da placenta), e depois desse momento senti escorrer uma quantidade (quente!) de sangue, e uma tremedeira intensa. Perdi muito sangue, tive hemorragia pós-parto. As parteiras e a doula prontamente me medicaram, acompanharam meus sinais vitais, compensaram o volume de sangue com soro, e me transferiram para o hospital, pois havia perdido muito sangue (quase 2L) para ter uma revisão do colo do útero para solucionar o sangramento.
O procedimento foi um pouco difícil para mim, pois saí daquele lugar incrível e parei em outro totalmente diferente, numa sala cirúrgica para revisão de parto, onde fui amparada e recebida pelas mãos valiosas da Dra. Natalie, minha médica obstetra TOP, que conseguiu salvar minha vida (literalmente), ser gentil e prestativa durante o procedimento de suturar uma laceração de colo do útero que chegou a cortar uma das artérias que irrigam o colo.
Foi uma prova de resistência mental para mim: lidar com aquele movimento, luzes, anestesias, acessos… Uma oportunidade de exercício da respiração, calma, entrega, fé e confiança em meus Guias Espirituais. Vencemos!
Fiquei na UTI semi intensiva, graças a Deus pude ficar com Mia e Vitor, com uma super acolhida dos profissionais gentis do hospital Santa Helena. Como minha condição de saúde é boa, consegui voltar para casa logo. Minha recuperação ainda está em progresso, mas com muita paciência logo vou poder voltar a minhas atividades de “agachamento para pegar brinquedos, levantamento de peso do Érico, caminhadas diurnas empurrado carrinho e prova de revezamento de arrumar casa com Vitor.” Meu esporte favorito. Rsrs (Contém ironia!)
Eu poderia contar mais detalhes da aventura da transferência e da vivência no hospital, mas esse não é o meu interesse aqui; O parto foi muito mais importante que a tal da hemorragia. Mas muitos aprendizados estou tirando desse momento, importância de confiar, confiar em Deus, nos profissionais, em mim mesma e no meu próprio corpo, confiar no poder da respiração para concentração em momentos difíceis… é fundamental buscar uma boa assistência de parto, e sempre que possível doar sangue, pois se eu tivesse precisado de transfusão não teria estoque disponível para me atender. DOE SANGUE, se você leu até aqui.
Agradeço as minhas parteiras, enfermeiras obstétricas Iara, Elaine e Giovana pelo acolhimento, serenidade, olhar amigo, eu me senti amada e respeitada! Preparadas para o que der e vier!
A minha obstetra Natalie que esteve com olhar atento para minha gestação e para a minha bebê que crescia com potencial, por ter prontamente solucionado o sangramento.
A minha doula e enfermeira obstétrica Ana Celeste, pela sua presença mais uma vez me amparando! Aos profissionais do centro cirúrgico do Hospital Santa Helena, pela gentileza e atenção! A minha família, meus sogros por cuidar do Érico tão bem, nesse tempo de parto e pós parto imediato. E a minha mãe que foi uma ótima acompanhante.
E com todo meu amor, agradeço meu companheiro de vida, para todas as horas, Vitor Mesquita, com quem eu to realizando mais uma vez o sonho de ser mãe, agora de uma menina! Grata por estar comigo, segurar minha mão em todo momento, sua presença e olhar me fortalece! Gestar e parir dói mas é bom! Ter uma família é uma responsabilidade que nutre e fortalece!