A indução do trabalho de parto é um procedimento muitas vezes necessário, mas que ainda pode gerar dúvidas em muitas gestantes e até em profissionais! Por isso, vamos falar mais a respeito da forma como conduzimos esse procedimento de indução do parto aqui na Luz de Candeeiro, sempre buscando respeitar a autonomia da mulher dentro dos critérios de segurança.
É importante ressaltar que a indução do trabalho de parto não é (ou não deveria ser) um procedimento padrão para todas as gestantes e, sim, uma alternativa para quando:
- Sua bolsa estourou, mas você não está tendo contrações;
- Seu bebê ainda não nasceu 2 semanas após a data prevista;
- Ou se existem certos fatores de risco associados à continuidade da gestação.
Assim, a indução pode ser feita em duas etapas.
A primeira consiste em amadurecer o colo do útero.
O que é o colo do útero?
O colo do útero é a parte mais baixa do útero, que se estende para a vagina e conecta o útero ao topo da parede vaginal. Se uma mulher inserir um espéculo em sua vagina e abri-lo, ela verá o colo do útero, que parece uma rosquinha rosa a cerca de 7 a 15 cm da abertura de sua vagina.
Mas, o que seria esse amadurecimento? Para que o trabalho de parto aconteça, é necessário que o colo do útero amoleça, afine e mude de posição para que haja dilação.
No processo de indução do parto, é possível que essa primeira etapa aconteça de forma farmacológica ou mecânica, cada qual apresenta suas particularidades nas indicações e contraindicações.
FARMACOLÓGICA
A etapa de amadurecimento do colo do útero de forma farmacológica consiste no uso de um medicamento que, na maioria das vezes, é intravaginal. Essa medicação vai liberando paulatinamente um hormônio chamado prostaglandina, que faz com que o colo do útero comece a afinar, ficar mais mole e macio para iniciar o processo de dilatação.
MECÂNICA
Método Krause, que consiste na colocação de uma sonda no colo do útero para auxiliar no preparo do colo para o parto. Para entender melhor sobre esse método de indução, veja o vídeo a seguir com a nossa Enfermeira Obstetra Marilia Borges (Coren DF 387272) mostrando como esse procedimento acontece:
A segunda parte do processo de indução do parto consiste no desencadeamento das contrações uterinas propriamente ditas. Quando estimulamos o amadurecimento do colo do útero, seja de forma mecânica ou medicamentosa, algumas mulheres já iniciam naturalmente as contrações. Nesse caso, a própria fisiologia da mulher se encarrega da continuidade do trabalho de parto.
Existe um estímulo também mecânico que pode desencadear o trabalho de parto: o descolamento das membranas. É um procedimento no qual a Parteira/Obstetra faz um estímulo tátil no colo do útero durante o exame de toque, visando descolar as membranas da bolsa do orifício do colo, o que auxilia na produção de hormônios locais e pode desencadear o trabalho de parto.
Contudo, algumas mulheres não iniciam as contrações naturalmente e, nesses casos, temos a alternativa de administrar ocitocina endovenosa para estimular essas contrações.
Falha na indução
A indução de parto é um processo longo que pode durar dias. Ainda assim, existe a possibilidade de falha na indução, quando o corpo da mulher não alcança o amadurecimento do colo do útero para passar para a próxima etapa ou quando, mesmo com a aplicação de ocitocina, as contrações não iniciam. Nesse contexto, a cesariana pode ser indicada.
Vale lembrar que qualquer forma de indução deve ser realizada com conhecimento e consentimento da mulher e sob supervisão da equipe que a acompanha.
Este é um texto informativo. Se você tiver mais dúvidas sobre a indução, converse com a equipe que está te acompanhando ou agende uma consulta conosco. Cada caso deve ser analisado individualmente, considerando diversos fatores.
Referência bibliográfica
http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2013/v41n1/a3781.pdf
https://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/rede-cegonha/eventos-2/oficina-processos-de-trabalho-na-rede-cegonha/diretrizes-clinicas-hospital-sofia-feldman/7613-inducao-do-parto/file
